O combate às chamas na Madeira entrou no nono dia. Conta a partir desta quinta-feira com dois aviões Canadair de Espanha. Os aparelhos já estão a combater as chamas na ilha. Acompanhamos aqui, ao minuto, o evoluir da situação.
A área ardida no incêndio rural que lavra na ilha da Madeira atingiu hoje ao final da manhã os 5.002,4 hectares, segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (Copernicus).
A atualização foi divulgada pela agência europeia pouco depois das 22:30 e reporta-se aos dados recolhidos até cerca das 12:00 de hoje, o nono dia deste fogo.
O anterior balanço divulgado pela mesma entidade, com o ponto de situação até às 12:00 de quarta-feira, indicava que tinham ardido 4.937,6 hectares.
Na terça-feira, em declarações à Lusa, o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC), António Nunes, questionado sobre os números avançados na segunda-feira pelo secretário regional da tutela -- que apontavam para sete mil hectares ardidos -- explicou que a "confusão deriva de uma avaliação feita pelos limites externos da área ardida".
No interior dessa área, referiu, "existem muitas bolhas de vegetação que não arderam".
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou há uma semana, em 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. Entretanto, vários focos têm sido extintos.
Num ponto de situação relativo às 21:00, o SRPC indicou que o fogo estava ativo no Pico Ruivo e no Pico do Gato, na cordilheira central da ilha, e no concelho da Ponta do Sol.
Nestes nove dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais.
Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, já disse tratar-se de fogo posto.
O incêndio que lavra na Madeira continua ativo no Pico Ruivo e no Pico do Gato, na cordilheira central da ilha, e no concelho da Ponta do Sol, indicou hoje à noite o Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC).
Numa nota com o ponto de situação do incêndio relativo às 21:00, o SRPC informa que estão no terreno "mais de 120 operacionais e mais de uma dezena de meios [veículos], de todos os corpos de bombeiros" da região, assim como dos Açores e da Força Especial de Proteção Civil proveniente do continente.
Durante a tarde de hoje os dois aviões Canadair pedidos pelo Governo português à União Europeia já efetuaram descargas sobre os fogos que lavram na Madeira, complementando a ação do helicóptero do SRPC, o único meio aéreo de que o arquipélago da Madeira dispõe.
Estes dois meios aéreos, disponibilizados ao abrigo da ativação do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, chegaram hoje à ilha do Porto Santo, onde abasteceram, e deslocaram-se depois para a ilha da Madeira para combater as chamas.
"Os aviões Canadair concentraram a sua atuação no combate ao incêndio existente na cordilheira central e efetuaram oito descargas com impacto positivo na redução da intensidade do fogo", salienta o serviço regional.
"Além disso, só no dia hoje, o helicóptero realizou 35 descargas, focando-se principalmente nas áreas de mais difícil acesso e de maior risco de propagação, nos dois teatros de operações", acrescenta.
No concelho da Ponta do Sol, "o incêndio mantém-se confinado às zonas altas, longe de áreas habitacionais, e os operacionais no terreno continuam com o objetivo de conter a propagação do fogo e defender as habitações".
O SRPC assegura ainda que "continua a monitorizar a situação e coordena os esforços para maximizar a eficácia do combate, garantindo a segurança das populações e das equipas no terreno".
O incêndio na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. Em vários pontos foi, entretanto, sendo extinto.
As autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção dos da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.
Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 4.930 hectares de área ardida.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.
Madeira. Habitantes da Ponta do Sol preocupados com as chamas
Na Ponta do Sol, o fogo não dá tréguas e permanecem dois focos de incêndio, um na zona das Rabaças e outro na Lombada. A RTP falou com alguns dos habitantes, que se revelaram preocupados.
Madeira. "Não conseguimos intervir de qualquer forma" na zona da Ponta do Sol
A RTP falou com António Nunes, presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, que fez um ponto da situação do incêndio na Madeira. Das três frentes ativas, a da Ponta do Sol está a progredir.
"Não conseguimos intervir de qualquer forma naquela zona. Vamos ter de aguardar que o fogo se desenvolva para jusante da ribeira para que depois nós possamos fazer alguma coisa", explicou o responsável.
Aviões Canadair abastecem seis mil litros de água em 12 segundos
Foto: Luís Miguel Costa - RTP
Já começaram a atuar os Canadair enviados para ajudar no combate aos incêndios na Madeira. Os dois aparelhos foram solicitados pelo Governo português à União Europeia, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
Os dois aviões Canadair espanhóis já estão a combater o incêndio na Madeira. Mantêm-se três frentes ativas: Pico Ruivo, Pico das Torres e Ponta do Sol.
Madeira. Eduardo Cabrita diz que "não houve a atenção adequada" ao incêndio e que pedido de ajuda foi demorado
O antigo ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita relembrou, em entrevista à RTP, que em Portugal, a partir de 2017, foi reforçada uma cultura de cooperação e de Proteção Civil.
Lembrou ainda que, desde então, não houve mais nenhuma vítima mortal na sequência de incêndios no país.
"A prevenção é essencial", assim como "a cooperação entre os vários níveis de intervenção", nomeadamente a competência regional e a intervenção nacional, defendeu o ex-governante.
Eduardo Cabrita considerou ainda que as características próprias da Madeira exigem uma maior atenção e frisou que a ilha possui poucos bombeiros.
"O que é estranho é que, conhecendo-se as condições difíceis das zonas de que estamos a falar (%u2026), nós já vamos no décimo dia de incêndio", considerou.
Para o ex-ministro, "não houve a atenção adequada, primeiro, a uma cultura de prevenção" e, depois, demorou-se a pedir "o apoio de meios aéreos de âmbito nacional através da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil".
Cabrita disse ainda que, desde que se recorda, "houve muita resistência sempre da Madeira em ter a presença de elementos da Unidade de Emergência, Proteção e Socorro da Guarda Nacional Republicana".
Vincou também que o apoio europeu dos Canadairs foi em mobilizado em 24 horas, depois do pedido da Madeira, pelo que o processo poderia ter decorrido mais cedo.
Questionado sobre as críticas de que Miguel Albuquerque tem sido alvo por ter estado de férias enquanto lavrava o incêndio, Eduardo Cabrita não quis tecer comentários, mas acabou por afirmar que nunca teve um dia de férias em agosto nem no período mais quente e, portanto, suscetível a incêndios.
Os dois aviões Canadair pedidos pelo Governo português à União Europeia já efetuaram hoje descargas de água sobre o incêndio que lavra na cordilheira central da Madeira e a operação deverá continuar até anoitecer.
"Esta é uma forma que nós entendemos que é eficaz, neste momento, para tentar debelar aqui esta frente de fogo e se conseguirmos debelar esta frente de fogo o assunto fica solucionado", disse o presidente do Governo Regional (PSD), Miguel Albuquerque, pouco depois dos primeiros despejos, cerca das 17:30.
Albuquerque falava aos jornalistas no Pico do Areeiro, nas montanhas sobranceiras ao Funchal, frente a uma linha de fogo que lavra numa encosta em direção ao Pico Ruivo, o ponto mais alto da ilha da Madeira, com 1.862 metros.
"Este despejo agora destes dois Canadair foi cerca de sete toneladas de água. O nosso helicóptero leva menos de mil litros, portanto são sete viagens de helicóptero", salientou, mostrando-se convicto de que será possível debelar o incêndio se a operação continuar hoje e sexta-feira.
O helicóptero do arquipélago é o único meio aéreo que a região tem em permanência para o combate aos fogos e está no ativo desde 2018.
Apesar de os aviões Canadair terem sido disponibilizados oito dias após o início do incêndio (e terem começado a atuar hoje, nono dia), no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, Miguel Albuquerque considera que a "estratégia não tardou".
"Nós adotamos esta estratégia quando é possível adotar a estratégia, ou seja, os Canadair só podem intervir -- e é a primeira vez que intervêm na Madeira -- numa situação onde não há aglomerados urbanos, nem agricultura [...] e a única hipótese que nós temos para [essa] intervenção foi quando o fogo saiu do Pico do Cardo [no Curral das Freiras] para a cordilheira central", explicou.
Já começaram a operar na ilha da Madeira os dois aviões Canadair que chegaram de Espanha ao final da manhã. Estão a atuar na Cordilheira Central.
Neste momento, o Pico Ruivo - ponto mais alto da Madeira e terceiro mais alto do país - é afetado por uma das frentes ativas de fogo que estão a preocupar as autoridades.
Os dois aparelhos foram solicitados pelo Governo português à União Europeia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
O Canadair é um avião anfíbio e cisterna com origem no Canadá e é utilizado no combate aos fogos de grande dimensão.
Em 12 segundos pode abastecer mais de 5 mil litros de água, que utiliza depois nas descargas.
Cento e vinte pessoas foram retiradas de Fajã das Galinhas e não sabem ainda quando poderão regressar. As estradas no local foram atingidas por derrocadas e estão, por isso, inacessíveis.
A RTP falou com um residente que decidiu não abandonar a localidade, apesar da aproximação das chamas e de ter ficado sem água nem luz em casa.
Não é ainda certo que os aviões Canadair mobilizados para a Madeira cheguem hoje à Ponta do Sol, localidade que continua a ser afetadas pelas chamas e onde há suspeita de fogo posto.
Cláudia Ferreira, coordenadora municipal da Proteção Civil, disse à RTP que o foco de incêndio decorre numa zona isolada e "não está relacionado com os incêndios que estão a assolar desde domingo Ponta do Sol".
A responsável refere que deve estar em causa ou uma queimada ilegal ou fogo posto, "o que é lamentável e inaceitável".
Célia Pessegueiro, presidente da Câmara da Ponta do Sol, explicou à RTP que há um novo foco de incêndio num terreno baldio numa área de mato. Foi preciso deslocar a equipa que estava de prevenção para este novo foco.
A presidente da Comissão Europeia garantiu esta quinta-feira, através do Twitter, que a União Europeia "está com Portugal no combate a um incêndio na Madeira".
The EU stands with Portugal as it battles a wildfire in Madeira.
Two #rescEU firefighting planes from Spain have just arrived in Madeira.
The Copernicus emergency satellite system has also been activated for rapid fire mapping.
Ursula von der Leyen destaca que dois aviões espanhóis "acabaram de chegar à Madeira".
"O sistema de emergência por satélite Copernicus também foi ativado para o mapeamento rápido de incêndios", destaca a responsável, que acrescenta: "Isto é a solidariedade da UE em ação".
Um helicóptero lança água sobre as chamas no Pico Ruivo, o ponto mais alto da Madeira, no concelho de SantanaO incêndio na ilha deflagrou a 14 de agosto, nas montanhas da Ribeira Brava, espalhando-se gradualmente pelos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.
Habitantes de Terra Chã fazem contas aos prejuízos
Homem de Gouveia - Lusa
No sítio da Terra Chã, em Curral das Freiras, onde algumas pessoas tiveram de abandonar as casas e os animais por causa das chamas, já se fazem as contas aos prejuízos.
As duas aeronaves, que aterraram no aeroporto de Porto Santo esta manhã, já foram reabastecidas de combustível, falta apenas reabastecer de água e estão preparadas para começar a operar o mais rapidamente possível na Madeira, afirmou à RTP o Comandante operacional da Madeira, Rui Tendeiro.
Os dois aviões Canadair espanhóis não vão necessitar de realizar um voo de reconhecimento, no primeiro voo vão “largar água no incêndio”, a previsão é que aconteça cerca das 16h30.
Sindicato dos Jornalistas acusa Governo da Madeira de pressões
Homem de Gouveia - Lusa
A delegação da Madeira do Sindicato de Jornalistas denuncia o que diz ser um clima de pressões e restrições que estão a prejudicar a atividade dos profissionais que fazem a cobertura ao incêndio na Madeira.
Em causa estão alegadas manobras de desinformação, como a negação da vinda dos aviões Canadair, ou o barramento de jornalistas no acesso a reportagens.
O presidente da delegação regional do Sindicato dos Jornalistas, Filipe Gonçalves, é o porta-voz do descontentamento.
O Sindicato apela aos jornalistas para que denunciem restrições e pressões e promete atuar, com alertas às autoridades competentes.
A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) enviou para a Madeira 280 quilos de material, entre camas de campanha, cobertores, kits de higiene femininos e masculinos e duas mochilas com desfibrilhador (DAE).
Este material tem o intuito de capacitar a estrutura local da CVP, reforçando a sua capacidade de resiliência face a futuras contingências.
O material é enviado através do Fundo de Emergência da Cruz Vermelha. Este fundo permite à Cruz Vermelha manter uma provisão, que pode ser utilizada de modo imediato face a uma situação de emergência.
"Este fortalecimento contínuo das capacidades das nossas estruturas locais é essencial para a prestação de auxílio e de cuidado imediata e com prontidão", refere o Presidente Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, António Saraiva, em declarações à Antena1.
A estrutura de emergência da CVP na Madeira dispõe de sete ambulâncias totalmente equipadas e mais de 80 pessoas, incluindo técnicos de saúde (nomeadamente, socorristas e enfermeiros) que, de modo voluntário, respondem à emergência pré-hospitalar e a outras necessidades que se colocam na região.
Em direto do Pico Ruivo e da Ponta do Sol, as equipas de reportagem da RTP na Madeira traçaram o quadro da evolução das chamas ao início da tarde. No primeiro caso, o vento estava a intensificar-se. No segundo, verificava-se um reacendimento.
Arderam mais de 5.500 hectares. Laurissilva preocupa ambientalistas
Foto: Paulo Almada - RTP
A Quercus não tem dúvidas de que a floresta Laurissilva está a ser afetada pelo incêndio que perdura há já nove dias e acusa o Governo Regional de desvalorizar as espécies que o fogo está a destruir.
Em direto do Porto Santo, onde esta quinta-feira aterraram os dois aviões Canadair de Espanha que vão integrar o combate às chamas na Ilha da Madeira, o repórter Luís Miguel Costa deu conta da chegada, a breve trecho, de mais um aparelho: um C-295 que prestará auxílio às tripulações das duas primeiras aeronaves.
Já chegaram ao Aeroporto de Porto Santo os dois aviões Canadair para ajudar no combate aos incêndios na Madeira. Se as condições meteorológicas permitirem, começam a atuar durante a tarde na cordilheira central da ilha.
Nunca foi equacionado em nenhum plano de intervenção porque exige requisitos técnicos que na Madeira não são possíveis. Em declarações à Antena 1, Duarte Caldeira afirma que está muito curioso com esta operação.
Sobre o abastecimento dos aviões no Porto Santo, há poucas informações de como será, mas o presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil tem algumas dúvidas.
Aterraram ao final da manhã no Aeroporto de Porto Santo os dois aviões Canadair que vão integrar as operações de combate ao incêndio na Madeira. Caso as condições meteorológicas o permitam, vão começar a atuar durante a tarde na cordilheira central da ilha;
Os dois aparelhos espanhóis foram solicitados pelo Governo português à União Europeia, ao abrigo do mecanismo europeu de Proteção Civil;
O incêndio agravou-se na última noite. Tem agora três frentes, lavrando no Pico Ruivo, onde as chamas consomem uma encosta inacessível aos operacionais, no Pico das Torres e na Ponta do Sol;
Os bombeiros estão a tentar proteger a floresta Laurissilva e evitar que o fogo se aproxime da central hidroelétrica;
Arderam já mais de 5.500 hectares na Madeira. A associação ambientalista Quercus não tem dúvidas de que a floresta Laurissilva está a ser afetada e acusa mesmo o Governo Regional de Miguel Albuquerque de desvalorizar as espécies que o fogo está a calcinar;
Questionado pela RTP sobre a tradicional queima dos fachos, em Machico, prevista para o próximo fim de semana, o presidente do Governo Regional da Madeira disse na manhã desta quinta-feira que, “desde que cumpra os regulamentos e não haja perigo nesta situação de emergência, a festa pode-se realizar”;
Durante uma deslocação à Encumeada, Miguel Albuquerque quis colocar a tónica na necessidade de preservar, no futuro, a vegetação endémica e levar por diante uma política de prevenção dos incêndios. E voltou a considerar "um absurdo" as críticas que lhe têm sido dirigidas a propósito das suas férias.
Questionado sobre a tradicional queima dos fachos, em Machico, prevista para o próximo fim de semana, Miguel Albuquerque disse que, “desde que cumpra os regulamentos e não haja perigo nesta situação de emergência, a festa pode-se realizar”.
O presidente do Governo Regional abordou também a chegada dos dois aviões Canadair a Porto Santo – aparelhos que vão integrar as operações de combate ao fogo na Ilha da Madeira.
“Os Canadair são aviões com características muito peculiares, que só podem intervir não em zonas urbanas nem em zonas agrícolas, só podem intervir agora quando o fogo derivou para a cordilheira central. E é essa situação que nós começámos a tratar”, apontou.
Albuquerque colocou depois a tónica na necessidade de preservar, no futuro, a vegetação endémica e levar por diante uma política de prevenção dos incêndios.
Confrontado com as críticas de que tem sido alvo, em particular sobre as suas férias, o governante madeirense sublinhou que está a acompanhar de perto o evoluir da situação, referindo-se às acusações como "um absurdo".
“É preciso ter alguma calma quando enfrentamos estas situações”, insistiu.
O momento da aterragem do primeiro meio aéreo de combate a incêndios enviado por Espanha, ao abrigo do mecanismo europeu de Proteção Civil, foi captado pela RTP3.
Pouco depois, aterrava também no Porto Santo a segunda aeronave.
A Sociedade para o Estudo das Aves veio esta quinta-feira advertir para os riscos do incêndio na Madeira para a única colónia de nidificação do mundo da freira-da-madeira e a floresta Laurissilva. Apela a maior mobilização de meios no combate às chamas.
Em nota citada pela agência Lusa, a SPEA afirma que o incêndio "aconteceu na pior altura: quando as crias estão nos ninhos, a ser alimentadas pelos progenitores".
A estrutura "junta a sua voz à dos cidadãos que pedem maior mobilização de meios" e lamenta a "falta de planeamento prévio, que tem dificultado o combate aos incêndios".
A equipa de reportagem da RTP constatou que as chamas continuam a lavrar, embora a situação esteja agora mais calma. O fogo está a progredir para a Fajã das Nogueiras, onde se localiza uma central hidroelétrica.
Evitar que esta estrutura seja atingida é a principal preocupação dos bombeiros.
Os dois aviões Canadair de combate a incêndios solicitados pelo Governo português à União Europeia, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, chegam esta quinta-feira à Madeira, confirmou o comissário europeu Janez Lenarčič.
"Em resposta ao pedido de assistência de Portugal para combater os fortes incêndios florestais na Madeira desde ontem à noite, estamos a coordenar o envio de dois aviões de combate a incêndios da reserva estratégica da UE em Espanha", escreveu o comissário europeu na rede social X.
In response to Portugal's request for assistance in combating heavy #wildfires in #Madeira from yesterday evening, we are coordinating the deployment of two #rescEU firefighting planes from Spain.
"Os aviões chegarão à Madeira hoje", indicou o responsável.
O incêndio na Ilha da Madeira lavra desde o dia 14 de agosto. Percorreu já as serras do município da Ribeira Brava e os concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana.
O quadro parecia mais calmo e o fogo na floresta Laurissilva estaria progredir mais lentamente, segundo as informações apuradas pela equipa de reportagem da RTP.
Em direto de Santana, entre a Achada do Teixeira e o Pico Ruivo, uma das equipas de reportagem da RTP na Madeira ouviu o testemunho do adjunto do Comando dos Bombeiros Voluntários de Santana, Ricardo Rosa, descreveu as operações levadas a cabo durante a noite.
“Verificámos que incêndio progrediu de forma significativa para o Pico das Torres e para o vale da Fajã da Nogueira. Simultaneamente, houve várias reativações”, contou.
Governo da Madeira nega cancelamentos de reservas na hotelaria
Robert Harding - AFP
A projeção internacional da notícia do incêndio na Madeira não está a levar a cancelamento de reservas na hotelaria madeirense. A garantia foi dada à Antena 1 pelo secretário regional de Economia, Turismo e Cultura, que nega informações de que esteja a haver cancelamentos.
Eduardo Jesus fez uma auscultação junto dos principais operadores hoteleiros.
O secretário regional adianta que aumentaram os pedidos de informação de turistas antes da viagem, sobre a segurança do destino.
Eduardo Jesus reforça que a comunicação tem sido importante para dar tranquilidade aos turistas e aos operadores.
Nas agências também não há cancelamentos de viagens nem de compra de serviços, mas Gabriel Gonçalves, da mesa de agentes de viagens da Associação Comercial e Industrial do Funchal, reconhece que tem sido necessário ajustar os serviços.
Ouvido na edição desta quinta-feira do Bom Dia Portugal, o presidente da Proteção Civil da Madeira, António Nunes, adiantou que, além das frentes do Pico das Torres e do Pico Ruivo, continua ativa a frente da Ponta do Sol.
“Está a progredir a meia encosta, uma zona inacessível para os operacionais. Resta-nos fazer um acompanhamento pela parte de cima da ribeira e deixar o fogo progredir até a uma zona mais baixa, para que possamos intervir”, explicou.
Nas demais frentes de incêndio, indicou ainda o responsável, houve, durante a noite, “alguns desenvolvimentos menos agradáveis”: “Na encosta leste do Pico das Torres, o fogo progrediu de forma significativa, estando a descer a encosta em zona inacessível, em direção à Fajã das Nogueiras, à central hidroelétrica”.
”Vamos fazer a avaliação pela manhã, já com meio aéreo, para tentarmos debelar esta vertente leste. Na zona norte, o fogo também teve alguma progressão, está a descer em direção ao Caldeirão do Inferno, já dentro da Laurissilva, que nos traz algum retardo na sua progressão, pela tipologia da floresta, mas que está a ter alguma progressão”, continuou o coronel António Nunes.
O responsável manifestou a expectativa de que os aviões Canadair facultados por Espanha possam acelerar o combate ao incêndio. “Nós conseguimos utilizar água doce, mas vamos ter de ver quais são as condições do tempo, do vento”, ressalvou.
O combate ao incêndio na Madeira passa a contar com dois aviões Canadair espanhóis.
Foi ativado o mecanismo europeu de Proteção Civil. Os aviões devem começar a operar na tarde desta quinta-feira;
A Madeira vai ter também esta quinta-feira no terreno um reforço de operacionais do continente: são 60 elementos Força Operacional Conjunta da Proteção Civil;
Ao início da manhã, o incêndio tinha duas frentes ativas, no Pico das Torres e Pico Ruivo, ambas de dificil acesso e em zonas altas da Ilha da Madeira.No Pico Ruivo, os operacionais criaram mesmo faixas de contenção na base da cordilheira, tendo em vista evitar que as chamas se acerquem da central hidroelétrica;
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera colocou o arquipélago da Madeira sob aviso amarelo por causa da temperatura máxima elevada. Deverá vigorar até às 18h00.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, que tem estado debaixo de duras críticas por parte da oposição insular, voltou a sustentar que o combate às chamas está a ser levado a cabo de forma inteligente e adequada.
Outras ocorrências no país
O incêndio em Arcos de Valdevez está a ser combatido por 121 operacionais. Foram mobilizadas 34 viaturas durante a tarde de quarta-feira, além de cinco meios aéreos. O fogo avança em zona de povoamento misto e mato, de difícil acesso. Por agora, não há casas em risco;
O incêndio de Vala da Serra, no concelho de Torres novas, foi entretanto dado como extinto. As chamas lavraram durante dois dias e chegou a haver mais de uma centena de bombeiros mobilizados para as operaçõs de combate, apoiados por mais de 30 viaturas.
Canadair vão dar "suporte muito grande às equipas de terra", diz presidente da ANEPC
O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil referiu que os aviões Canadair mobilizados para o incêndio na Madeira "podem dar um suporte muito grande às equipas de terra" e "vão permitir ter um combate mais seguro". Em entrevista à RTP, Duarte Costa disse ainda que nunca tira férias no verão "porque pode haver sempre o risco de incêndio".
"É a conjugação destes dois meios - meio terrestre e meio aéreo - que dá bons resultados", afirmou Duarte Costa no 360 da RTP.
Sobre os 60 operacionais enviados do continente para o terreno, o presidente da ANEPC explicou que a região tinha pedido um número inferior, estando inicialmente previstos cerca de 45.
"Mas nós achámos que, para além da condição do combate no terreno, devia ir uma força musculada para trabalhar bem no terreno com ferramentas e também algum apoio em termos de conhecimento da estrutura do incêndio", elucidou.Duarte Costa reconhece que este é um trabalho "difícil e doloroso" e que vai "servir de exemplo" para situações semelhantes que possam vir a acontecer num futuro próximo.
Questionado sobre se, como responsável da Proteção Civil, permaneceria de férias perante um cenário de incêndio, o presidente da ANEPC respondeu que nunca tira férias no verão "porque pode haver sempre o risco de incêndio".
"Mas isso é da minha perfeita escolha pessoal. Não há nenhum nexo de causalidade que nós possamos dizer que uma pessoa deve ou não deve estar de férias. Há elementos da minha estrutura que estão de férias e que em caso de necessidade voltam rapidamente para tomar conta das situações", acrescentou.
Quinta-feira chegam dois Canadair para o combate aéreo, e hoje também chegaram à ilha mais 60 elementos da força especial conjunta.
Há duas frentes ativas: no Pico das Torres, de difícil acesso, e outra em Pico Ruivo, também em local inacessível. São as situações mais preocupantes a esta hora.
Madeira. Operacionais tentam evitar que chamas cheguem à central hidroelétrica
Foto: Paulo Almada - RTP
No Pico Ruivo, os operacionais estão a criar faixas de contenção na base da cordilheira para evitar que as chamas cheguem perto da central hidroelétrica.
Os dois aviões Canadair espanhóis não vão necessitar de realizar um voo de reconhecimento, no primeiro voo vão “largar água no incêndio”, a previsão é que aconteça cerca das 16h30. 
Sobre o abastecimento dos aviões no Porto Santo, há poucas informações de como será, mas o presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil tem algumas dúvidas.
